Goiânia se depara com um cenário de mistério e corrupção após a morte violenta do empresário Fabrício Brasil Lourenço. O homem, de 49 anos, foi executado a tiros no último sábado (4/10) na porta de sua própria pastelaria, no Setor Bairro Feliz, enquanto realizava a rotina de tirar o lixo do estabelecimento. O caso ganha contornos dramáticos: Fabrício era um dos investigados principais na Operação Speedy Cash.
A Operação, conduzida pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), apura um suposto esquema de desvio de R$ 10 milhões da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. A Polícia Civil agora investiga se o assassinato brutal está diretamente ligado às ameaças que Fabrício vinha recebendo nos últimos meses, e se há conexão com a apuração do desvio milionário na prefeitura.
O Elos com o Escândalo
O empresário não era um alvo secundário na investigação. Conforme revelado pelo portal Mais Goiás em dezembro de 2024, Fabrício Lourenço constava na lista de investigados devido à sua função como Conselheiro Administrativo da União Mais Saúde. Esta associação havia firmado um convênio com a prefeitura para a prestação de serviços, incluindo a aquisição de equipamentos para saúde móvel, palestras e pesquisas.
Contudo, fortes indícios de ilegalidade mancharam o acordo. Em setembro de 2024, o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) foi taxativo ao determinar a suspensão imediata do convênio. As irregularidades apontadas incluíam a ausência de um processo público de seleção e a celebração do contrato sem a devida transparência, sugerindo um direcionamento de verbas.
O Contexto da Execução
A morte de Fabrício ocorreu de forma brutal: dois homens o abordaram quando ele encerrava o atendimento da pastelaria e dispararam pelo menos seis tiros contra ele, fugindo em seguida. O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado, mas a vítima já estava sem vida.
A pastelaria, no entanto, carrega um histórico sombrio: não foi o primeiro homicídio no local. Em março de 2023, o fisioterapeuta Adriano Oliveira Arantes foi morto ali, executado enquanto conversava com amigos na calçada, embora a PCGO, até o momento, não tenha encontrado informações que conectem os dois crimes.
Procurada para comentar o caso, a PCGO reforçou que o inquérito policial está em andamento e que as investigações permanecem sob sigilo.