A suposta negociação para a venda do Banco Master ao Grupo Fictor está sob forte suspeita em Brasília. Fontes nas autoridades brasileiras afirmam que o interesse de compra não teria passado de uma "cortina de fumaça" orquestrada para ganhar tempo e facilitar a evasão do país por parte do sócio da instituição financeira, Daniel Vorcaro, que foi posteriormente preso pela Polícia Federal.
A narrativa de uma operação fictícia ganhou força nos círculos de investigação, levantando sérias dúvidas sobre a veracidade do negócio anunciado à imprensa.
A Tática da "Cortina de Fumaça"
O suposto movimento de venda foi visto pelas autoridades como uma manobra calculada para distrair as atenções enquanto Daniel Vorcaro planejava sua saída do Brasil. A desconfiança se baseou em dois pontos cruciais:
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Capacidade Financeira Questionável: Pessoas familiarizadas com a situação do Banco Master asseguraram que o Grupo Fictor, que registrou um faturamento inferior a R$ 4 bilhões em 2024, "jamais teria recursos para fazer os aportes necessários a fim de sanear o banco".
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Falta de Comunicação ao BC: A proposta de compra foi veiculada na mídia, mas, de forma incomum no mercado, não foi comunicada oficialmente ao Banco Central (BC). Por lei (Lei 4.595 de 1964), qualquer transferência de controle de instituição bancária exige análise e aprovação prévia do BC.
Na avaliação das autoridades, o verdadeiro objetivo dessa "cortina de fumaça" era permitir que Vorcaro, após uma escala no Aeroporto de Guarulhos (SP), conseguisse chegar aos Emirados Árabes. As investigações notaram que este país não mantém acordo de extradição com o Brasil, o que poderia barrar qualquer eventual transferência do banqueiro para responder às acusações.
Apesar da manobra, Daniel Vorcaro foi detido pela Polícia Federal.